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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A Beleza não Evita a Tragédia

Assistindo ao jornal e vendo as cenas do desastre no RJ é de moer qualquer coração. Famílias inteiras soterradas, órfãos, pais sem filhos, esposos viúvos, amigos sem amparo, casas destruídas, alguns neo sem-teto, outros sem casarões de veraneio, mas o pior são os que ficaram sem o calor e o aconchego dos entes queridos.
O "saldo" de mortos no RJ podem chegar a mais de 300, será mais uma estatística?
O imediatismo que enterra nossas perspectivas de futuro, nas tragédias, desperda sentimentos humanitários suplantados na correria do cotidiano, como a SOLIDARIEDADE, entretanto, nos impede de perceber, como se tivéssemos uma venda escura nos nossos olhos encurtando o alcance de nossa vista, a forma nefasta que é nossa forma de vida, de civilização!
Em nome do tão propagado PROGRESSO E DESENVOLVIMENTO, abraçamos números, beijamos maquetes e contemplamos "slides", enquanto são subplantados a natureza, os homens e mulheres reais, os seus sonhos e, sobretudo, a possibilidade de um FUTURO diferente do presente!
Até quando teremos que assistir e ouvir notícias de desastres megalómanos???
A corrida irracional e irrefreda pelo lucro escarna ossos, desmata florestas, lança gases poluentes na atmosfera, degrada a saúde de homens e mulheres, seja pela jornada de trabalho extenuante, seja pelas péssimas condições de trabalho e de salários, seja pela mercantilização da vida, seja pela descartabilidade dos produtos e seus corantes-conservantes, seja pela cultura individualista-consumista, seja pelo desequilíbrio ambiental provocado pela inexoral insustentabilidade da civilização do capital, é mais que URGENTE pensarmos no FUTURO e CONSTRUÍ-LO diferente do HOJE e do ONTEM, é necessário que ultrapassemos a mesquinharia do individualismo e da imediatidade do cotidiano, alimentando a SOLIDARIEDADE humana na construção de uma nova sociabilidade, realmente HUMANA, justa, fraterna e SOLIDÁRIA, não apenas nas tragédias, mas no cotidiano, não com o EXTRAORDINÁRIO, mas no trato comum!!!

Ciro Augusto
Professor Voluntário do Projeto 6 de Março

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