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Programa de Voluntariado do Projeto 6 de Março


Ser voluntário do Projeto 6 de Março é um ato sobretudo de amor ao próximo. Esse amor é o princípio mais fundamental que caracteriza um voluntário. Contudo é preciso fazer as devidas definições acerca das características dos voluntários do Projeto que realizam um trabalho com muita força de vontade, com qualidade e consciência política com o objetivo único de tornar as relações sociais mais justas e humanas.
O texto a seguir define um pouco o que deve ser o voluntário do Projeto. Ele foi extraído do livro “Solidariedade e Voluntariado” de Joaquín García Roca, doutor em teologia Universidad Gregoriana de Roma e Doutor em Filosofia Social pela Universidad Santo Tomás de Roma


A Identidade do Voluntário: decálogo de uma busca
Joaquin García Roca
“I. O Voluntariado deve descobrir a complexidade dos processos sociais: uma ideia aparentemente simples é apenas uma ideia simplificada. Os problemas sociais têm a forma de uma teia de aranha: estão entrelaçados por inúmeros fatores. Saber estar em uma sociedade complexa e bem informada é uma qualidade essencial do voluntariado hoje.
II. O voluntariado tem sentido apenas quando se considera o horizonte da emancipação. É preciso dar afeto a um doente terminal ou acolher uma pessoa que luta contra a dependência química, mas isso somente é válido se for um passo a mais na remoção das causas da marginalidade e do sofrimento desnecessário.
III. A ação voluntária tem qualidade ética apenas quando é uma opção livre de um sujeito no interior de uma tripla aspiração: a sua auto-estima, a solidariedade com o próximo e o compromisso com a construção de uma sociedade justa.
IV. O voluntariado não é um plano para diminuir os compromissos do Estado. Se, em algum momento, sua presença é um pretexto para afastar e restringir os esforços governamentais, o voluntariado entra numa zona de risco.
V. A ação voluntária é como uma orquestra: o importante é que ela soe bem e não o fato de a flauta ser de madeira ou de metal ou a quem ela pertence. Da orquestra devemos exigir coordenação, coerência e concentração de forças. O voluntário é sempre um “co-equiper”. A fragmentação não leva a nada e numa equipe cada um joga em sua própria posição colaborando com o resto em função da partida.
VI. A ação voluntária deve ter competência humana e qualidade técnica. O amor não é suficiente. Se, por ignorância ou incompetência, fazemos sofrer uma pessoa frágil, embora tenhamos a melhor das intenções, conseguiríamos, apenas aumentar a sua impotência e a sua marginalidade.
VII. O voluntariado deve ganhar espaços entre as classes populares. Não pode ser uma instituição que interesse apenas à classe média, nem àqueles que têm tempo disponível, mas responde ao exercício da cidadania que é responsável pelos assuntos que a todos afetam.
VIII. O voluntariado aprecia o profissional da ação social e busca sempre a complementaridade mas, justamente por isso, não se transforma em auxiliar nem em corrente de transmissão, mas defende o espaço de liberdade que lhe é próprio.
IX. O voluntariado precisa, hoje, disciplinar a sua ação. As melhores iniciativas se perdem pela incapacidade de submetê-las a um programa, a objetivos, a um método, a certos prazos, a uma dedicação séria, a uma avaliação. A boa intenção é um caminho viável desde que haja disciplina; se ela não existe, é um fracasso. O voluntário evita palavras fúteis para se aproximar dos gestos eficazes.
X. A ação voluntária requer reciprocidade: não é orientada simplesmente à assistência do outro, mas ao crescimento de ambos, embora as suas contribuições sejam diferentes. A estima do outro não exige apenas acolhida, mas espera também uma resposta análoga”.


O Voluntário do Projeto 6 de Março, portanto, é um individuo qualificado, consciente de sua função e do contexto social e político, ético, livre, com pensamento coletivo, disciplinado, de iniciativa, e ainda um ser motivado pela esperança de um mundo mais justo e, por isto, um lutador de causas das classes mais populares. Ele nunca deve ser um ajudante e sim sujeito essencial e necessário para o bom funcionamento do Projeto e responsável com suas causas.
O Projeto 6 de Março, como sujeito que debate a educação e pratica uma proposta pedagógica alternativa, popular, autônoma, não substitui as responsabilidades governamentais para com a Educação. O Projeto existe exatamente para alertar o governo da necessidade de uma educação gratuita e de qualidade como prevê a constituição federal.

Funções Gerais do Voluntário do Projeto Pré-Vestibular 6 de Março

Educador: Voluntário responsável por facilitar a aprendizagem de um determinado assunto por meio de aulas periódicas, debates, vídeos, seminários, dinâmicas, grupos de estudos, etc. O educador também tem o dever de debater a educação, procurar aperfeiçoamento pedagógico próprio e da equipe de educadores.

Benefícios: Experiência profissional, com comprovação em prática de ensino e extensão universitária.

Coordenador: É responsável por administrar o funcionamento do Projeto, zelando pelos bens materiais e humanos, promovendo formações técnicas e pedagógicas, articulando eventos e reuniões periódicas, e executando as atividades do cotidiano. Há basicamente duas coordenações a Administrativa e a Pedagógica.

→ Benefícios: Experiência profissional de acordo com a função específica de coordenador.

Educando: É comprometido com a participação das aulas periódicas e temáticas, e com as atividades que possam gerar conhecimento e/ou possibilitem sua formação sócio-política. É também de sua responsabilidade contribuir financeiramente com o Projeto, e ainda manter e zelar pelos bens materiais e humano. Compete também ao educando, embora que de forma facultativa, criar grupos de estudos e de pesquisa com ou sem o educador, bem como exercer na medida do possível papeis de voluntários coordenadores e até mesmo de educador.

→ Benefícios: Formação cidadã e preparo para prestar concursos para ingresso em instituições de ensino superior, técnico e tecnológico.