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sábado, 30 de outubro de 2010

Pescador de Ilusões

Ilusão é achar que viveremos bem sendo melhor que o outro.
Ilusão é achar que sua vida é mais importante que a vida dos outros.
Ilusão é achar que o lucro abusivo e à base de exploração do outro é justificável.
Ilusão é pensar que o crime deve ser combatido com outros crimes.
Ilusão é achar que a vida é um jogo de interesses individuais.
Ilusão é pensar que não devemos ajudar o próximo por que ninguém nos ajudou.
Ilusão é achar que não existe amigos de verdade se considerando um amigo em potencial.
Ilusão é pensar que é impossível transformar a sociedade e torná-la mais justa e igual.
Ilusão é classificar criminosos por sua classe social, cor ou religião.

Ainda assim sou pescador de ilusões, pois o que é ilusão pra mim é realidade para os outros.

RELEMBRANDO - P6M EM REDENÇÃO

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Software Livre - Conceitos e Definições



É uma questão de liberdade, não de preço. Para entender o conceito, você deve pensar em "liberdade de expressão", não em "cerveja grátis".

"Software livre" refere-se à liberdade dos usuários executarem, copiarem, distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software. Mais precisamente, ele se refere a quatro tipos de liberdade, para os usuários do software:

* A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0).
* A liberdade de estudar como o programa funciona, e adapta-lo para as suas necessidades (liberdade nº 1). Aceso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.
* A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº 2).
* A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade nº 3). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade.

Um programa é software livre se os usuários têm todas essas liberdades. Portanto, você deve ser livre para redistribuir cópias, seja com ou sem modificações, seja de graça ou cobrando uma taxa pela distribuição, para qualquer um em qualquer lugar. Ser livre para fazer essas coisas significa (entre outras coisas) que você não tem que pedir ou pagar pela permissão.

Você deve também ter a liberdade de fazer modificações e usa-las privativamente no seu trabalho ou lazer, sem nem mesmo mencionar que elas existem. Se você publica as modificações, você não deve ser obrigado a avisar a ninguém em particular, ou de nenhum modo em especial. De modo que a liberdade de fazer modificações, e de publicar versões aperfeiçoadas, seja significativa, você deve ter acesso ao código-fonte do programa. Portanto, acesso ao código-fonte é uma condição necessária ao software livre.

Você pode ter pago em dinheiro para obter cópias do software GNU, ou você pode ter obtido cópias sem custo nenhum. Mas independente de como você obteve a sua cópia, você sempre tem a liberdade de copiar e modificar o software. Para que essas liberdades sejam reais, elas tem que ser irrevogáveis desde que você não faça nada errado. Caso o desenvolvedor do software tenha o poder de revogar a licença, mesmo que você não tenha dado motivo, o software não é livre.

Entretanto, certos tipos de regras sobre a maneira de distribuir software livre são aceitáveis, quando elas não entram em conflito com as liberdades principais. Por exemplo, copyleft (apresentado de forma bem simples) é a regra de que, quando redistribuindo um programa, você não poderá adicionar restrições para negar à outras pessoas as liberdades principais. Esta regra não entra em conflito com as liberdades, na verdade, ela as protege. Regras sobre como empacotar uma versão modificada são aceitáveis, se elas não acabam bloqueando a sua liberdade de liberar versões modificadas. Regras como "se você tornou o programa disponível deste modo, você também tem que torna-lo disponível deste outro modo" também podem ser aceitas, da mesma forma. (Note que tal regra ainda deixa para você a escolha de tornar o programa disponível ou não.)

No projeto GNU, nós usamos "copyleft" para proteger estas liberdades legalmente para todos. Mas também existem softwares livres que não são copyleft. Nós acreditamos que existem razões importantes pelas quais é melhor usar o copyleft, mas se o seu programa é free-software, mas não é copyleft, nós ainda podemos utiliza-lo. Veja Categorias de Software Livre para uma descrição de como "software livre", "software copyleft" e outras categoria se relacionam umas com as outras.

Às vezes regras de controle de exportação e sanções de comércio podem limitar a sua liberdade de distribuir cópias de programas internacionalmente. Desenvolvedores de software não tem o poder para eliminar ou sobrepor estas restrições, mas o que eles podem e devem fazer é se recusar a impo-las como condições para o uso dos seus programas. Deste modo, as restrições não afetam as atividades e as pessoas fora da jurisdição destes governos.

Quando falamos de software livre, é melhor evitar o uso de termos como "dado" ou "de graça", porque estes termos implicam que a questão é de preço, não de liberdade. Alguns termos comuns como "pirataria" englobam opiniões que nós esperamos, você não irá endossar.

Copyright (C) 1996, 1997, 1998, 1999, 2000 Free Software Foundation, Inc., 59 Temple Place - Suite 330, Boston, MA 02111, USA


A cópia fiel e a distribuição deste artigo completo é permitida em qualquer meio, desde que esta nota seja preservada.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010

Grupo Crítica Radical

Desafios da Emancipação Humana

ENEM - Local de Prova


ENEM - Local de Prova

Atenção! Cartão de confirmação de inscrição chegará entre 4 e 25 de outubro, pelos Correios.
O resultados da prova serão divulgados até 15 de janeiro de 2011.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

NOVA DATA AULA DE CAMPO


A aula de campo que estava programada para o dia 10 de Outubro de 2010 foi adiada para o dia 24 de outubro de 2010. Os interessados deveram procurar a coordenação do Projeto.

Segue abaixo mais informações:

Data do evento: 24/10/2010

Local de saída: Escola Martins Rodrigues, próximo ao mercado de Maracanaú.

Horário da saída: 07:30h

Retorno: 17:00h

Entrevista com Ciro Augusto, candidato do PSOL de Maracanaú


A entrevista que segue ocorreu em Julho de 2010 e foi realizada pelo jornal de Maracanaú. Na ocasião o candidato a Deputado Estadual e também professor de História do Ceará do Projeto Seis de Março, Ciro Augusto, falou um pouco sobre a conjuntura política de Maracanaú.

Por se tratar de algo próximo a nossa realidade resolvemos publicar a entrevista aqui, mas apenas a nível informativo. Segue a entrevista:

JM- Jornal de Maracanaú
CA- Ciro Augusto

JM - Nome completo, idade e local de nascimento.

CA- Ciro Augusto Mota Matias, 23 anos (até 14 de setembro) e nasci em Maranguape.

JM- Qual seu partido, atividade profissional e nível escolar.

CA- Sou filiado ao Psol (Partido Socialismo e Liberdade) desde 2006. Sou funcionário público municipal concursado, guarda municipal. Estou concluindo o ensino “superior”, o curso de Filosofia na UECE.

JM- Antes de entrarmos especificamente nos detalhes de sua candidatura, como vc analisaria o atual cenário político de Maracanaú ? e qual seria o diferencial dela em relação a outras cidades?

CA- Maracanaú, embora com ares de modernização, ainda amarga o legado histórico, isso é latente nas várias esferas administrativas do nosso Estado, da provinciana utilização da administração pública para a serventia clientelista-fisiologista, o que vem perpetuando alguns grupos no poder, prática que a dita esquerda maracanauense (PT, PC do B, PSB...) reprovava e denunciava nos tempos de Júlio César. Os governos de Maracanaú são sempre marcados por essa prática, alguns achavam que com Roberto Pessoa seria outra história, mas revelou-se, como diria Renato Russo, como “mais do mesmo” ou, no popular, seis por meia dúzia. Prova cabal disso são os que antes parasitavam na máquina pública com Júlio César, continuam com seus tentáculos firmes com Roberto Pessoa. A utilização da esfera pública para acomodação dos partidos em troca de apoio político-eleitoral criou em torno da atual gestão uma quase unanimidade, tendo no seu espectro de apoio partidário desde o PT, PC do B até DEM, PP, etc...Dessa forma, tenta-se homogeneizar a política ou restringi-la a apoiadores de Roberto ou Júlio, embora suspeito que haja um acordo “camarada” entre os dois para a sucessão em 2012, tentando barrar forças políticas que se apresentem como alternativa de esquerda, como é o caso do Psol, mas não nos rendemos à velha política.

JM- O que o motivou a querer entrar na vida pública?

CA- Como já dizia o ilustre filósofo Aristóteles, o homem é um animal político. É a condição de vida em sociedade que me torna um ser público, pois minha ação, independente de minha vontade, influencia o outro, nossas vidas estão relacionadas, essa divisão entre vida pública, exercício da cidadania, e a vida privada é artificial, é decorrente da divisão social do trabalho. Portanto, se há uma motivação para a “vida pública” é a luta social, é o comprometimento com os segmentos populares que se organizam no embate à ordem desigual e injusta estabelecida, é a cumplicidade dos sonhos dos trabalhadores rurais sem terra na luta contra o latifúndio e o agronegócio, dos trabalhadores(as) pela redução da jornada de trabalho, pelos estudantes que lutam pelo passe livre, como todos(as) que almejam uma sociedade igualitária. Eis a vida pública que compartilho, alegre e esperançosamente, com os lutadores(as) por um outro mundo possível.

JM- Qual o diferencial de sua candidatura em relação às outras?

CA- O diferencial é apresentar uma outra política, no discurso e na prática. É fazendo uma outra política que ela se realiza, é a ação o elemento transformador da sociedade e a política é essa dimensão prática da vida humana. Enquanto os candidatos e partidos da ordem reduzem a política aos interesses mesquinhos de uma minoria privilegiada e a sua subsunção á economia, estabelecendo a política como uma mercadoria, seja pra garantir os interesses dos financiadores de campanha (empresários e banqueiros), para garantia dos acordos espúrios e a compra de votos, entendemos a política como instrumento de transformação da realidade, instrumento que cabe nas mãos de todos(as) que movidos por esperança e amor forjam um amanhã justo, ecológico e humano.
JM- Sabemos que o PSOL é um partido que dispõe de poucos recursos, e em Maracanaú a situação é mais gritante . Qual a fonte dos recursos que irão financiar sua campanha?
CA- Importante tocar nesse ponto, a questão do financiamento de campanhas é algo fundamental, pois revela as relações existentes entre o poder econômico e o poder político. É por isso que não aceitamos doações de empresas (pessoas jurídicas). O financiamento das campanhas tem se tornado uma boa fonte de corrupção e desvios de verbas públicas. O estado do Ceará, não obstante sua pobreza, é o segundo estado em gastos de campanha para cargos majoritários, perdendo apenas para São Paulo, campanhas milionárias, vale perguntar: de onde vem tanto dinheiro? Como diz um companheiro de partido, o Renato Roseno, quem paga a banda escolhe a música que toca. Ou seja, os financiadores exigem retorno, as empresas depois cobram o financiamento com obras ou em serviços públicos, estabelecendo uma relação promíscua entre o interesse público e o privado (capital).
Por isso queremos estabelecer uma nova relação de poder em que as camadas populares tenham cada vez mais poder de decisão na esfera da administração pública, com isso nossas campanhas são financiadas por doações militantes, de pessoas físicas que compartilham do mesmo sentimento político de construção do socialismo (estabelecemos um teto para as doações, não aceitamos mais que R$ 5.000,00 de cada pessoa). No caso específico de minha candidatura, o apoio virá do partido, com o fornecimento do material de campanha via comitê financeiro, e a ajuda de alguns companheiros e familiares. Diante das outras candidaturas postas, será uma candidatura franciscana.
JM- Falemos agora de propostas. Educação , Saúde, Emprego e Segurança são áreas que a população considera prioritárias. Quais suas propostas para cada uma delas? E como vê a atuação do atual governo(municipal e estadual) nessas áreas?

CA- Sendo sucinto, a educação deve ser entendida como um direito, e na perspectiva de formação crítica, libertadora e transformadora dos seres humanos. Partindo dessa premissa é fundamental o fortalecimento da escola pública, gratuita e de qualidade, que possa atender e alfabetizar universalmente, ampliando o número de vagas nas escolas estaduais, é necessário superar a baixa média de permanência dos adolescentes nas escolas, assim como a baixa média de escolaridade dos cearenses, de 5 a 6 anos, para isso deve-se ampliar os investimentos em educação, estabelecer parcerias com os município para a melhoria do ensino fundamental, infantil, etc. A saúde deve ser entendida como a valorização da vida, assim como as suas mais variadas formas de expressão, na sua relação com a natureza. Portanto, a humanização do serviço e a priorização do ser humano, a qualificação e formação humana do profissional de saúde, projetos de qualidade do ar e da água, de educação no trânsito, educação ambiental, saneamento básico, ampliação do Programa Saúde da Família, são elementos para a concretização de um serviço de saúde humanitário e digno da vida humana.Não podemos disjungir os programas sociais, os investimentos sociais, políticas públicas sociais das questões de segurança pública. Portanto, mesmo compreendendo a desigualdade social como raiz do incremento da criminalidade, vale ressaltar alguns pontos importantes para uma resposta à sociedade, como a eficiência do judiciário, que seja eficiente, uma reformulação no sistema carcerário, humanizá-lo, investir em tecnologia e inteligência, valorizar os trabalhadores da Segurança Pública, policiais civis, militares e bombeiros, formação humana e qualificação profissional, são importantes para um novo modo de combate à violência e mais eficaz.No tocante ao emprego, apostamos na economia solidária, na criação de redes de produção e comercialização, tanto no campo da agricultura familiar agroecológica, como em outros setores, pesca, sobretudo nas atividades que garantam uma seguridade alimentar. Nesse aspecto vale ressaltar a problemática da concentração fundiária e a garantia constitucional da função social da terra, portanto, cabe ao Estado desapropriar as terras necessárias.

JM- Quais os pontos positivos e negativos do atual governo de Maracanaú, e em que ele se diferencia da gestão Júlio César? É verdade a afirmação de que Maracanaú avançou politicamente com Roberto Pessoa?

CA- Eu não consigo perceber uma política pública efetiva que tenha alterado substancialmente a vida dos maracanauenses para que possa apontar algo de positivo, talvez a política de combate às DSTs. No início do governo tivemos a abertura de alguns Postos de Saúde durante a noite, o que não ocorre mais, ou seja, o que tinha de positivo, embora tímido, não tem mais. O que percebemos é que não se diferencia em muito da gestão de Júlio César, talvez o diferencial seja a Polícia Federal batendo na porta da Secretaria de Finanças, o arrocho salarial dos servidores, a postura autoritária diante da greve legítima, justa e legal dos professores, que tiveram seus vencimentos suspensos arbitrariamente, falta de transparência com as contas públicas, clientelismo, aparelhamento da estrutura administrativa para fins pessoais, uma série de elementos que variam de intensidade, sendo com Júlio ou com Roberto. Não há muita diferença, Maracanaú, embora com a política de incentivos fiscais para atração de empresas e investimentos para a cidade, continua com os mesmos problemas nos serviços de saúde, educação, habitação...Bem que poderíamos fazer essa pergunta aos moradores das áreas de risco, aos usuários dos serviços de saúde pública do município, aos professores e alunos da rede pública de ensino municipal, aos jovens, aos ambulantes, etc...Com isso podemos concluir que não houve avanço e, nop aspecto político, foi que não tivemos mesmo!

JM- A cidade de Maracanaú tem passado por um considerável crescimento econômico nos últimos anos, baseado principalmente no setor terciário(comércio e serviços). Como analisa essa questão?

CA- Isso é resultado de uma nova configuração do capital, é um fenômeno mundial de transformação da relação capital-trabalho. Há tempos, sobretudo nos países de capitalismo desenvolvido, essa mudança vem ocorrendo, a figura do operário de fábrica enquanto proletário vem dando lugar ao setor de serviço e comércio, abrangendo a composição da classe que vive do trabalho, o desenvolvimento tecnológico reduziu a mão-de-obra fabril. A exploração da mais-valia, do trabalhador, ganha novo espaço, precariza-se. Por isso o dito “crescimento econômico” não se configura enquanto riqueza social, pois o processo de exploração do trabalho gerador de riqueza ainda se concentra nas mãos de poucos. O operador de caixa de um supermercado passa horas durante um dia fazendo movimentos repetitivos, quase não tem descanso, trabalha além da carga horária e, apesar de passar milhares de reais em sua mão durante o dia, recebe um salário mínimo no fim do mês sem ter direito a um domingo de folga, da mesma forma vendedores de lojas em shoppings, call centers, os terceirizados, contratados, etc. Para onde está indo a riqueza gerada pelos trabalhadores de Maracanaú? Há crescimento econômico? Os trabalhadores estão ganhando com isso?O próprio crescimento do setor terciário gera a informalização do emprego, basta olharmos nossas calçadas, tomadas por ambulantes e trabalhadores autônomos sem direitos sociais trabalhistas assegurados. Esse é o “crescimento” ou “desenvolvimento”?As grandes empresas de serviço e do comércio tem espaço (terra) e incentivos para suas instalações, e os autônomos, tem espaço e incentivo? A que interesses está servindo o governo e o Estado, aos dos trabalhadores ou dos patrões?Vale pensar um pouco.

JM- Pegando o gancho da pergunta anterior: em decorrência desse crescimento nossa cidade tem deixado de ser aquele pequeno e tacanho lugar “longe demais das capitais”, e vem se transformando, aos poucos, num grande centro urbano com Shoppings, redes de famosas lojas etc. Isso tem sido positivo?

CA- Positivo para quem? Essa pergunta deve sempre ser feita. Enquanto temos o shopping, o qual teve o privilégio de ter uma rua cedida para a ampliação dos seus empreendimentos, os feirantes da Sé e tantos outros que ocupam nossas calçadas e canteiros centrais não tem onde ficar. Os incentivos fiscais, ou seja, os impostos que deixam de ser arrecadados, os terrenos cedidos pela prefeitura, etc. e os próprios investimentos privados para a realização dos “empreendimentos”, que no fim das contas chegam às somas dos centenas de milhares ou até milhões, não trazem o retorno social esperado, senão algumas dezenas de empregos, enquanto a saúde, educação, habitação popular, saneamento básico, segurança, transporte público, estão em frangalhos. Portanto, enquanto os gastos públicos para a geração de riqueza para apropriação privada, de alguns poucos, for o carro chefe do pseudo desenvolvimento, não teremos saldos positivos. De que adianta as “redes de famosas lojas” se a maioria da população só pode contemplá-las? Para alguns é o templo do consumo, onde ele realmente se efetiva, para muitos, apenas contemplação nas vitrines. A riqueza produzida pelos trabalhadores(as) deve ser repartida para os trabalhadores(as), só assim teremos justiça social e saldo positivo.

JM- Há políticos, e não são poucos, que defendem a continuidade do sistema tributário tal como está, porque, segundo eles, os estados nordestinos se beneficiam com a chamada “Guerra Fiscal”, citando como exemplo o Ceará, um pretenso beneficiário. Concorda? Há algum projeto de sua parte que contemple o aspecto tributário?

CA- Confesso não ter um domínio sobre o assunto, mas uma reforma tributária se faz urgente e necessária, sobretudo no tocante a implantação do imposto progressivo, ou seja, quem tem mais paga mais, porque hoje o sacrifício dos tributos é sobre o assalariado, é sobre o consumidor. A “guerra fiscal” que se estabelece entre os estados, municípios, entre os entes federativos, é fruto da política de incentivos fiscais para atração de investimentos privados, cria-se zonas francas, ZPEs, reduz-se direitos trabalhistas (flexibilização dos direitos sociais do trabalhador), etc, além de promover o desmonte de parques industriais, como, por exemplo, no Rio Grande do Sul, que perdeu para a Bahia as indústria calçadista, pois findo os incentivos de atração (exemplo: 10 anos sem pagamento de ICMS, depois dos 10 anos a empresa migra para outra região mais “atrativa”) as empresas procuram se instalar em novas áreas, ou seja, a vida humana é descartada pelo lucro.Como a flexibilização das leis trabalhistas está relacionada com a atração de empresas (mão-de-obra barata), logo com a “guerra fiscal”, é necessário fortalecer as conquistas dos trabalhadores e aprofundá-las, a redução da jornada de trabalho sem redução de salários, a participação dos trabalhadores nos lucros das empresas, são direitos que deveriam ser assegurados ao trabalhador, associada aos investimentos sociais oriundos dos tributos.

JM - Diga sucintamente o que o PSOL tem a apresentar de alternativa, em nível estadual, ao projeto do PSB/PT ?

CA- O Psol vem romper com o projeto mudancista que está em curso há 25 anos, o saldo da era Tasso-Ciro-Lúcio-Cid não são animadores, principalmente nas áreas sociais. A lógica dos investimentos infra-estruturantes para a industrialização do Ceará (de impactos sociais e ambientais fortíssimos)tem custado caro ao povo cearense, ainda continuamos um estado pobre e extremamente desigual, a estrutura de produção e apropriação da riqueza não foi alterada, meia dúzia de famílias controlam a maior parte da riqueza do estado. O Psol vem apresentar uma alternativa, mostrar que é possível viver outro Ceará, em que se funda na preservação e valorização da cultura dos povos, seja do semi-árido, do litoral, dos centros urbanos, das serras, mas que seja uma nova sociabilidade, onde a produção e apropriação sejam coletivas, em que os indivíduos se respeitem mutuamente e á natureza, em que se privilegie o ser humano.

JM- Diga suas últimas palavras aos nossos estimados leitores.

CA- A nossa empreitada não se encerra no dia 3 de outubro, o nosso horizonte utópico do amanhã, de construirmos uma sociedade sem explorados(as) e exploradores(as), sem miséria, ecológica, humana, justa, solidária, socialista, não nos deixa descansar. Como dizia Saramago, “a utopia é o amanhã”, e digo completando, para a utopia do amanhã, só o hoje não nos basta! A nossa luta diária contra a expansão predatória do capital exige muitos de nós e muito de nós, por isso, sua participação é imprescindível. Para nós o valor da política é a esperança, indignemo-nos e lutemos, o amanhã virá, pois o “novo sempre vem”!

Agradeço ao jornal pelo espírito público, democrático e à promoção da cidadania.